Falhas Históricas de Guaíba

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Hoje, abro espaço na coluna para falar de falhas que se consolidaram na trajetória da comunidade local, corroboradas por sucessivas gestões públicas. O objetivo aqui não é emoldurar críticas e apontar culpados, nada disso, a ideia é trazer o tema para o debate público, visando corrigir estas falhas que atrapalham o desenvolvimento e sufocam a memória cultural e a história do Município. Vamos lá!

Falta de continuidade – Esta é uma das mais graves de todas. Projetos de governos passados são ignorados e até anulados pelos sucessores. Vejamos alguns exemplos.

Programa de Educação Ambiental – Plantando Ecologia – criado no Governo de João Collares no início da década de 1990. Foi um sucesso enquanto durou, envolvendo escolas e comunidade. Extinto nos governos seguintes.

Parque Natural – Inaugurado em 1993, na margem central de Guaíba, onde antes havia um lixão. O projeto original foi fundamentado na oferta de espaço para encontros de grupos familiares e de amigos em contato com a natureza. As pessoas levam suas cadeiras e se reúnem para conversas e piqueniques, conforme acontece nos parques de Londres. Com o tempo, os governos foram amontoando brinquedos para crianças (continuam fazendo isso), transformando o parque de convívio em playground, distorcendo a proposta original. Importante lembrar que, ao lado, no Parque da Juventude, já existe um playground grande para as crianças.

Chafariz – Já existiram dois na Cidade, um na Rua 14 de Outubro e outro na frente da Prefeitura. Ambos foram retirados pela própria Prefeitura. Ao invés de cuidarem da manutenção, eliminaram.

Prédios Históricos – Vários já foram demolidos e outros estão em processo de destruição, como as Casas da Beira, na Orla Central, por exemplo. Uma gestão que respeita a história do Município cuida de seu patrimônio histórico.

Mercado Público – Já tivemos o Mercado Público Municipal de Guaíba em prédio histórico. Hoje, em ruínas.

Cinema – Tivemos o Cinema Gomes Jardim, localizado na Avenida 7 de Setembro. O prédio, mesmo tombado, foi destruído. Não deixaram sequer a fachada.

 

Negligência e Eventos

 

O Centro – Apesar de Guaíba ter uma história rica e relevante, com o título de Berço da Revolução Farroupilha, o Centro Histórico é negligenciado. Sucessivas gestões municipais desprezam a área central onde toda a população se encontra, buscando lojas comerciais e empresas prestadoras de serviços. A visão de que cuidar do Centro é cuidar da elite faz parte de uma mentalidade populista e carente de cultura. O Centro de Guaíba é feio, malcuidado, escuro, com calçadas perigosas e fiação funesta. Nos finais de tarde, o lixo se espalha. Triste.

As Paias –  Apesar da revitalização da Orla na Praia da Alegria, realizada pela CMPC, a falta de zeladoria tornou parte do ambiente deplorável: sujeira, mato no calçadão semidestruído. O símbolo da negligência é o Monumento Farroupilha num canto cercado por lixo. O mesmo relaxamento se destaca no Balneário Florida. Espaços de beleza natural estão sufocados pela falta de zeladoria.

Os Eventos –  Já tivemos grandes eventos em Guaíba, que sucumbiram ou se tornaram moribundos. Entre os mais relevantes: Festival Reculuta da Canção Crioula; Expofeira Centro-Sul; Feira do Pêssego; Festa à Fantasia do Itapuí; Festival Raul Seixas; Festival de Música Estudantil; Desfile de Bandas Marciais; Desfile Cívico de 7 de Setembro; Brick da Beira; Festa de São João; Triathlon; Provas de Canoagem; e os grandes shows da Toyota.

 

 

Coisa feia de se ver…

 

Sou apoiador dos eventos comunitários, considerando que geram renda e entretenimento para a população. No entanto, há eventos que geram mais problemas do que benefícios. É o caso do que aconteceu em Guaíba nos dias 15 e 16 de novembro. Não vou me aprofundar nos transtornos. Fico só com o que aconteceu na Praça Central da Cidade: banheiros químicos ao lado de churrasqueiras de latão, misturando cheiro de urina, fezes e churrasco, com muito barulho. Coisa feia de se ver…

 

Leandro André

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