Considero-me realmente de bem com a vida pela disposição de aprender que me acompanha vida afora. São sempre bem-vindas as novas informações, afagando dúvidas e questionamentos antes mesmo de tomarem forma. Além de nos colocarem em constante movimento mental, engajando-nos à realidade, constituem-se em preciosas lições de humildade. Pois mais importante do que a certeza de que ninguém nasce sabendo é a de que todos nós sempre precisamos aprender mais.
Dia desses, minha neta de dez anos, conhecendo esse meu gosto por novos conhecimentos, me convidou para assistirmos um programa na Netflix chamado “Eu e o Universo”, apresentado por uma simpática adolescente americana de origem indiana. Eu aceitei.
Logo que começou a apresentação, lembrei de um programa que minha filha costumava assistir na adolescência, chamado “O Mundo de Beakman”, nesta mesma linha. Apesar das diferenças, percebi que ambos tinham o mesmo objetivo: mostrar que é bom aprender. A neta me explicou que tratava-se da primeira temporada, com um total de treze episódios, e que ela gostaria que eu assistisse o de número oito, intitulado “Oceanos”, porque eu precisava saber sobre uma “ilha de lixo” que existe no Oceano Pacífico. Ela acertou.
Fiquei impressionada ao tomar conhecimento, por meio daquele programa infantil, da existência de uma ilha, entre o Havaí e a Califórnia (Estados Unidos), que não é uma porção de terra com água por todos os lados, mas uma porção de lixo flutuante. Sua formação resulta de ventos e correntes marítimas rotativas (redemoinhos) que concentram o lixo plástico no local.
É claro que, terminado o programa da Netflix, decidimos pesquisar sobre a tal ilha de lixo. Primeira lição: quem a descobriu foi o capitão Charles Moore, em 1977; ao retornar de uma viagem, levou uma semana para atravessá-la. Segunda lição: a ilha, chamada de “Grande Porção de Lixo do Pacífico”, tem área maior do que o Alasca (EUA), apesar dos 85% de resíduos ficarem submersos. Terceira lição: de acordo com evidências científicas, a maior parte do lixo é proveniente do Japão e da China. Quarta lição: o impacto à vida marinha é enorme.
E a nossa pesquisa seguiu em frente, até descobrirmos a existência de outras quatro ilhas de lixo como esta, totalizando cinco. Duas no Pacífico, duas no Atlântico e uma no Oceano Índico. Resta-nos saber, agora, o que poderá ser feito para resolver essa situação relacionada com a vida do nosso Planeta, morada de todos nós.
Eu e minha neta estamos na primeira etapa para solucionar este problema global, que é tomar conhecimento sobre ele. Porque ninguém consegue salvar o mundo sem conhecê-lo melhor.
Cristina André
cristina.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 11/11/22