O Brasil está mais endividado. Em fevereiro de 2025, 76,4% das famílias brasileiras tinham contas em atraso ou comprometidas com cartões, empréstimos e financiamentos, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número, que voltou a subir após meses de queda, acende o alerta para o orçamento das famílias.
Um dos fatores que pode ter colaborado para a piora no cenário da economia familiar neste período, pode ser o aumento das taxas de juros e também da inflação, que reduziu o poder compra dos brasileiros.
A PEIC captou também que parte desse endividamento foi realizado com o objetivo de quitar outras dívidas, ou ainda, renegociar as existentes. Dessa forma, essa nova dívida possui um prazo menor para a quitação e ainda juros mais altos do que as dívidas anteriores. Os dados indicam que o perfil deste endividado é aquele que ficou sem recursos para pagar seus compromissos.
O endividamento afeta principalmente o setor de comércio e serviços, que percebe uma redução nas vendas e contratações, consequentemente, acaba promovendo cortes. O problema pode piorar porque existem outros fatores que contribuem para este cenário. Além das previsões da economia apontarem para a manutenção da alta da inflação e da taxa de juros, a falta de educação financeira da população agrava ainda mais a situação.
Especialistas alertam para a importância de um raciocínio simples, mas muitas vezes ignorado: jamais gaste mais do que recebe.