Posicionando-me em favor do lado bom da vida, pela crença particular construída vida afora, decidi por um janeiro movido pelas boas lembranças do ano recém-findo. Apesar dos pesares, coloquei a gratidão no comando desta minha retrospectiva, considerando os melhores momentos que passei.
Em especial, sou grata pelo que costumo chamar de encontros de felicidade, quando estamos com a família e entre amigos queridos para festejar a vida. Assim como aconteceram em aniversários, no Natal, no Ano-Novo, nas reuniões gastronômicas caseiras. E em tantos outros momentos, pintados de simplicidade e tão cheios de afeto verdadeiro, que sequer percebemos.
Boas e atenciosas conversas, música bonita e poesia delicada, mesa compartilhada com gosto e carinho, eis a estratégia da grandiosa revolução capaz de transformar o mundo em um lugar realmente melhor para se viver.
Inspirada nestes belos encontros que alegram meu coração e elevam meu espírito, me mantive firme na tradição de preparar toda a ceia natalina e servi-la para o pequeno e valioso grupo de familiares que todos os anos esperamos para celebrar o nascimento do Cristo.
Mesmo com o pulso ainda em recuperação de uma séria fratura, aceitei meu próprio desafio de perseverança e agradecimento ao universo pela oportunidade. Deu muito certo.
Prova real do bem que essa iniciativa me fez, na consulta realizada depois das festas de fim de ano, o cirurgião traumatologista me parabenizou pela decisão tomada, de seguir com a tarefa culinária tradicional. Segundo sua avaliação profissional, todo o trabalho acelerou a minha recuperação. E me confessou, admirado: “Tenho observado como é importante a força positiva das pessoas para a recuperação desses problemas”.
Feliz da vida, voltei para casa transbordando em sorrisos, coração batendo no compasso da gratidão. Com o firme propósito de continuar preparando quitutes para oferecer a essa gente querida que contribui positivamente com o nosso bem-estar. Em cada receita, colheradas do meu próprio tempo, joia preciosa com a qual os presenteio à mesa.
Antes do ponto final, às pessoas de bem que nos receberam em suas casas, compartilhando a mesa farta e as boas histórias, oferecendo-nos atenção e boa companhia, somos muito agradecidos. Sobretudo, pela preciosa amizade que nos faz tão bem.
Momentos maravilhosos, que gosto de chamar de encontros de felicidade!
Cristina André
Publicado em 10/1/25