A enchente histórica de maio pode influenciar no resultado das eleições municipais deste ano, considerando o entendimento de que alguém deva ser culpado. Eu explico.
Mesmo que estejamos falando de uma catástrofe climática histórica, cuja causa maior tenha sido um fenômeno natural, perdas geram tristeza e indignação. Sendo assim, possíveis falhas podem ser usadas como causas de aprofundamento dos problemas. Este entendimento, que encontra respaldo no jogo político, é estimulado pela oposição. Resta à situação ter competência para fazer os devidos esclarecimentos.
Guaíba e Região
Vamos focar na avaliação das consequências da enchente nos municípios de Guaíba, Eldorado do Sul e Barra do Ribeiro.
Em Guaíba, há dois momentos específicos que podem provocar influência no resultado das eleições: as inundações no Bairro Santa Rita e no Loteamento do Engenho, envolvendo número expressivo de eleitores. No Santa Rita, está em tela uma suposta falha no alerta, considerando um vídeo no qual o prefeito descarta a possibilidade de inundação que acabou acontecendo horas mais tarde.
Já em relação ao Loteamento do Engenho, uma obra realizada, supostamente sem projeto técnico, está sendo apontada como a principal causa do alagamento que invadiu praticamente todas as casas por cerca de 14 dias, gerando perdas grandes.
Vejam bem, não é o colunista que está tirando conclusões, são manifestações das comunidades atingidas que circulam por meio de redes sociais e em conversas de esquina. Até que ponto essa inquietação popular vai interferir na escolha do voto em outubro ninguém sabe. No entanto, uma situação já aconteceu no mundo subliminar: o “já ganhou” desmaiou.
As narrativas estão pulsantes, os falsos engenheiros estão no Top 10, a oposição está dramatizando, e a turma da bajulação acredita que está tudo bem. O que resta para afastar esta nuvem escura são os argumentos técnicos.
Na próxima edição, falo sobre a audiência pública na Câmara Municipal, que foi proposta para tratar da inundação no Bairro Santa Rita/Cohab.
Em Eldorado do Sul, a destruição da cidade é percebida como causa natural, devido ao transbordamento do Rio Jacuí. Acontece que o Ministério Público fez uma ação e descobriu suposto desvio de donativos por pré-candidatos. Isso é grave e precisa ser devidamente esclarecido antes das eleições.
Em Barra do Ribeiro, também há suspeita de desvio de donativos por parte de pré-candidatos.
Explorar de forma eleitoreira uma catástrofe é inaceitável, revoltante. Isso vale tanto para quem está na situação quanto para quem está na oposição. Os esclarecimentos devem ser feitos com argumentação consistente o mais breve possível.
CMPC e Barra do Ribeiro
Nesta edição, a Gazeta Centro-Sul traz uma reportagem sobre o projeto Natureza, com a implantação de uma unidade industrial moderna em Barra do Ribeiro, conforme já foi anunciado.
Eu estive visitando a Casa da CMPC na Barra; um espaço de aproximação da empresa com a comunidade local. A empresa abriu as portas para passar informações sobre o projeto, que terá um entorno natural interessante para o convívio social, bem como para receber currículos e propostas para fazer parte do novo empreendimento, seja como funcionário ou prestador de serviços.
A CMPC tem anunciado que prioriza mão de obra e fornecedores locais, então, esta é a hora de marcar presença e demonstrar interesse.
Sobre espaços de alojamentos para os trabalhadores, durante e depois da execução do projeto, é preciso que os empreendedores de Barra do Ribeiro se informem sobre as regras, pois a CMPC não aceita hospedagem de qualquer jeito. É preciso se adequar às normas.
Outra questão importante neste cenário é a necessidade urgente de ajustar o Plano Diretor da Cidade. O Plano atual é de 1969.
Leandro André
Publicado em 14/6/24