Quinta-feira passada, dia 20, foi o “Dia do Amigo”. Mesmo data em que, no ano de 1969, o homem pisou na lua pela primeira vez. Ou dizem que ele pisou na lua. Há quem não acredite nisso…
Mas vamos falar dos amigos. Só fiquei sabendo que era o dia deles porque meu WhatsApp e todas as minhas redes sociais começaram a pipocar avisos e mensagens. Aliás, o grande – e talvez único – aspecto positivo de algumas redes sociais seja a lembrança do aniversário de alguém que nos é querido…
Mas, voltando aos amigos: das tantas mensagens recebidas, respondi somente algumas com o singelo e protocolar “obrigado, igualmente”. Isso porque tenho muitos amigos. Até mesmo amigos que não conheço (acredite!!!) e amigos que não sabem que são meus amigos, como o leitor poderá constatar no texto abaixo. Mas li todas. Ou penso que li todas…
Entre as tantas que chegaram, a que mais me chamou a atenção, pelo apelo sentimental de alguém que já cruzou o portal do meio século foi essa (que não lembro quem me enviou e mais grave ainda: não sei quem é o autor. Só sei que quem escreveu não foi quem me enviou):
“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação do meu seleto grupo de amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!!!
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O imortal tricolor levou uma sova do Flamengo na última quarta pelo primeiro jogo da semi final da Copa do Brasil, na Arena. No entanto, ninguém é capaz de investir um real na eliminação antecipada do Grêmio. Isso porque conhecemos o seu histórico de reversão de decisões impossíveis.
Para o jogo o Rio, semana que vem, haverá uma absurda mobilização por boa parte da imprensa, contaminando jogadores e torcedores; na contramão de um Flamengo de sangue doce naquele ‘oba oba’ de Maracanã. Portanto, só acredito na eliminação do time gaúcho quando o juiz apitar o final do jogo e a diferença não for maior do que dois gols. Em caso de decisão por pênaltis, o Flamengo está fora…
Daniel Andriotti
Publicado em 28/7/23