O exercício de pensar sobre como seria uma determinada história se a escolha tivesse sido outra é bastante comum em nossas vidas. Não faz diferença pelo que já aconteceu, mas serve para reflexões visando decisões futuras.
Já fiz um estudo e divulguei aqui na Coluna sobre o “grupo locomotiva” da nossa cidade. Estou me referindo ao conjunto de pessoas que fazem a Aldeia se desenvolver, ter vida própria e alma de comunidade. Todos os municípios têm seus grupos locomotivas.
Contei cem indivíduos espalhados nos blocos da política partidária, nos clubes de serviços, nas associações, conselhos e entidades diversas. Há quem participe em mais de um destes blocos propulsores.
E se os municípios não tivessem seus grupos locomotivas, como seriam? Provavelmente, lugares como a Praia do Magistério no inverno. Portanto, quando alguém que só reclama apontar defeitos na cidade onde vive, sugiro que pergunte a si mesmo: e se a comunidade dependesse de mim?
Onde está a Educação?
Todos destacam que a Educação é importante, porque esta percepção está ligada no automático, mas onde está a Educação?
Quando ultrapassamos os 60 anos de idade, se não formos tapados, já teremos aprendido algumas coisas da vida. Mas se formos humildes e sempre abertos a novos conhecimentos, chegaremos mais perto da sabedoria, o que dá sentido à vida.
Aos 62 anos, eu aprendi que a linguagem neutra é uma das tantas traidoras da Educação; forjada no cinismo de um tempo de fachada. “Todxs”, além de um erro de português, estimula o preconceito. Se a intenção da linguagem neutra é respeitar sentimentos diversos, quem criou isso tomou o bonde errado. Respeito se aprende com exemplos e não com remendos.
A resposta da pergunta acima é “respeito”.
Formaturas
Ao longo dos anos, percebi que as formaturas são eventos que transcendem a questão educacional; estão embasadas em valores que sustentam a sociedade. A conclusão de um curso tem embutido o esforço da família e do formando. Mas, além disso, a formatura se confunde com a esperança de uma vida melhor, mantida pelo conhecimento.
Então, quando olho para uma foto de formatura no Jornal, vejo a celebração da sustentabilidade registrada.
A Resposta do Ibsen
O jornalista e ex-deputado federal Ibsen Pinheiro (já falecido), sujeito com inteligência refinada e raciocínio rápido, certa vez entrando num restaurante bacana de São Paulo foi interpelado com sarcasmo por um grupo em uma mesa pulsante.
– E aí, deputado, muitos corruptos no Congresso Nacional? O Ibsen parou diante do grupo de debochados, olhou um por um em silêncio e respondeu em tom suave:
– Não se preocupem, vocês estão todos bem representados lá…
Resumo da bufa: quem diz o que quer, pode ouvir o que não quer.
O Ministro da Fazenda
Durante uma entrevista em Davos, na Suíça, onde acontece o Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, revelou que não compra um palito de fósforo sequer de empresas que apoiam ideologia do outro lado (de direita).
Se fosse dito em uma mesa, com companheiros militantes, seria uma declaração normal, pois é assim que funciona entre fanáticos numa polarização política, tanto de esquerda quanto de direita. No entanto, foi uma revelação do ministro da Fazenda do Brasil, numa entrevista com repercussão mundial, em um momento no qual lideranças do Planeta se reúnem para debater sobre questões urgentes enfrentadas mundialmente, incluindo Economia, Saúde e Meio-ambiente. A birra escancara o tamanho da fragilidade de quem está no comando da economia do nosso País.
Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, antes de se aconselhar com a adolescente Greta Thunberg, divulgou fake news em Davos. Disse que 120 milhões de pessoas passam fome no Brasil. A ânsia de esculachar o País é maior do que o esforço para resolver os problemas.
Não sobrou um butiá sequer no bolso.
A Hipocrisia Ecológica
Essa semana, o Greenpeace Internacional destacou a hipocrisia ecológica que acontece em Davos, no Fórum que faz propaganda da Meta Climática de Paris. Os santinhos do pau oco chegam em centenas de jatos particulares, gerando emissões de CO2 quatro vezes maiores do que em uma semana média naquela Região. Para os hipócritas, pimenta nos olhos dos outros é colírio.
Importante ressaltar que lideranças europeias, que gostam de destacar preocupação com a Amazônia, são dependentes de petróleo do inimigo. Quando o inimigo fecha o registro, eles queimam carvão para se aquecer. E os parvos do terceiro mundo seguem babando ovo para o bando de sonsos.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 20/1/23