Os moradores do entorno da Unidade Industrial da CMPC, em Guaíba, ficaram assustados com um forte ruído que iniciou às 22h40, na terça-feira, 15 de abril, terminando por volta da meia-noite. De repente, uma descarga intensa de vapor teve início em uma das caldeiras da fábrica (foto), gerando um barulho muito alto e contínuo. Como a operação não foi comunicada com antecedência e por tratar-se de horário de descanso, apreensão da comunidade foi grande, temendo que acontecesse uma explosão.
O contato da Gazeta Centro-Sul pelo WhatsApp começou a receber relatos de leitores, seguidos de vídeos e fotos da situação atípica. Nas mensagens, muitas manifestações de medo, indignação e solicitação de esclarecimento sobre o que estava acontecendo.
Durante a operação em curso, a empresa divulgou uma nota para os vizinhos da Unidade, informando tratar-se de operação de manutenção programada para acontecer durante sete dias, com um número para contato (51.99880.0796). No entanto, os moradores questionavam o motivo de não terem sido avisados com antecedência, especialmente pelo horário inadequado em que a ação ocorreu. Além disso, o tempo de duração da despressurização foi mais do que o dobro do informado.
Na manhã seguinte, a empresa divulgou uma errata para os vizinhos da fábrica (enviada à Gazeta por leitores), corrigindo a informação da noite anterior, comunicando tratar-se de uma atividade não planejada, em decorrência de condição operacional que exigiu intervenção imediata, ainda que contrária à expectativa da empresa.
O que diz a CMPC
A Gazeta Centro-Sul repassou as principais dúvidas da comunidade para a empresa, que respondeu por telefone na manhã de quinta-feira, 17.
Segundo a CMPC, a caldeira da Linha 2 de produção possui um dispositivo que é acionado automaticamente quando a pressão interna está muito elevada, o que aconteceu na noite de terça-feira, causando a despressurização e, consequentemente, o ruído forte. Não foi divulgado o motivo da pressão ter se elevado a ponto de disparar o dispositivo de escape emergencial.
Conforme informado à Gazeta, não há risco de voltar a acontecer nova despressurização de emergência. A Linha 2 segue paralisada em manutenção programada.
Outro Caso
No dia 23 de fevereiro deste ano, por volta das 11 horas da manhã, ocorreu um importante vazamento de dióxido de cloro na fábrica de celulose da CMPC. O episódio assustou os moradores do entorno devido ao forte cheiro. Segundo comunicado da empresa, o fato aconteceu durante uma atividade de limpeza, controlado com rapidez, sem risco à saúde da população.
Publicado em 18/4/25