Descaracterizando o Parque

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Em 1993, quando eu estava à frente da Diretoria Municipal de Meio Ambiente, transformamos um depósito de canos com lixão atrás no Parque Natural, conhecido como Área Verde, o lugar mais bonito da Aldeia. A proposta original era oferecer um espaço amplo de contemplação e encontros junto à natureza, onde as pessoas levassem cadeiras de praia para encontros e prosas.

Em Guaíba, assim como acontece no País, o governo foca em anular os feitos do antecessor, ou pega a ideia e faz modificações para chamar de sua. É vergonhoso, mas acontece. Então, neste defeito político, a primeira coisa que fizeram foi tirar a placa com o registro de fundação do Parque Natural. Na sequência, foram colocando pedras, terminaram com o espelho d’agua, depois foram amontoando brinquedos horrorosos, misturando madeira rústica com latão, enfileiraram palmeiras e implantaram uns postes com fiação exposta que servem de monumentos à gambiarra. Agora, decidiram concretar o centro do Parque. E, pasmem, a Prefeitura não soube informar o que será feito.

Questionei a Prefeitura e um dia depois a assessoria de Imprensa informou tratar-se de uma academia ao ar livre (estas que estão se multiplicando pelas praças com emendas de vereadores para ganhar votos). Já, a ex-secretária de Meio Ambiente disse tratar-se de um ponto para bicicletas de aluguel e, ali perto, a construção de banheiros. As fontes da Prefeitura informaram projetos distintos, mas concordaram que se trata de uma parceria com a CMPC. Então, questionei a empresa e estou esperando a resposta.

Resumo da bufa: colocaram uma plataforma de concreto no meio do Parque, somando-se ao amontoado de brinquedos, postes e pedras, mas não sabem o que será feito. É de cair os butiás dos bolsos!

Não dá para elogiar. Enquanto eu comemorava a inauguração da intervenção artística na Escadaria e a reforma no prédio do Museu, surge esta concretada no meio do Parque Natural.

Guaíba segue com o defeito de fábrica: falta de planejamento. Cada um que tem uma ideia mirabolante resolve executar e depois se vê no que vai dar. Dá vontade de jogar a toalha.

 

Leandro André

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