Dia desses, em conversas amigáveis com lembranças do que já vivemos, ouvi alguém dizer que o tempo voa, e que, depois de uma certa idade, tudo passa rápido demais. Para minha própria surpresa, naquele exato momento, me dei conta de que nunca penso nisso, contrariando o meu ávido interesse pelo assunto “tempo”, na sua existência puramente científica, desde os tempos do colégio.
Eis que, à mercê do grandioso milagre que me coube, me permito ser levada pelo curso natural da existência, observando a vida como ela se apresenta, constatando que sempre há muito que aprender e compartilhar. Afinal, amadurecer é isso, independe de idade cronológica; envelhecer, por conseguinte, é acreditar que tudo já está mais do que sabido, já foi realizado. Essa é a reflexão adotada, a “prova real” para verificar como anda minha verdadeira idade.
Eis que um novo fevereiro chega, com seu último domingo para celebrar mais uma etapa desde o meu nascimento. Procuro, então, fazer mais do que apenas somar uma unidade de ano ao meu perfil. É o dia encantado da minha reflexão sobre o que temos feito um com o outro, eu e o tempo, de que modo tenho dirigido esta nave que me leva na direção do infinito.
Equívocos devo ter cometido, humana que sou, mas prefiro comemorar os acertos; agradecer ao universo pelas alegrias rotineiras e também pelas inesperadas. E confirmar, diante do espelho da alma, que, a partir desse adorável agora, mais e mais se iluminam possibilidades de dias felizes na vida com a qual fui presenteada.
Neste domingo de ser aniversariante, emocionada e agradecida, em companhia da minha amada família, comemoro mais um ano desde o meu nascimento.
De mãos dadas com o tempo!
Cristina André
Publicado em 21/2/25