Já faz bom tempo que penso na criação de uma fórmula matemática para a felicidade, que nos ajude a expressar o valor desse sentimento. Sobretudo, determinar de quais incógnitas ela realmente depende para ter resultado positivo. Assim como fez Bhaskara, matemático indiano do século doze, para resolver equações do segundo grau. Neste caso, sem se preocupar com humanização e pessoalidades.
Verdade seja dita, ainda não cheguei à conclusão desta minha sonhada obra. Contudo, pelas tantas lições que tive sobre o amor e a bondade, também a respeito de números e incógnitas matemáticas, permito-me a crença de que estou no caminho certo para a fórmula que seja capaz de traduzir o estado de espírito que chamo de felicidade.
Viajando nesse tema, eis que me recordo de certas lições importantes dos meus tempos de criança e de adolescente. Aprendi que o amor é capaz de mover montanhas; que respeitar os sentimentos das pessoas é muito importante; que há grandes amigos na própria família; que é preciso carregar bondade no coração e ocupar a mente com as coisas que melhoram o mundo. E a necessária aceitação de que ninguém é perfeito, de que todos temos defeitos; que certas palavras agressivas ferem por demais a alma; e que não há dinheiro no mundo que valha a atenção de uma pessoa querida.
De repente, lembro do momento em que percebi, já adulta, que é mais fácil ser triste do que ser alegre diante das tantas dores do mundo; que fazer boa oração acalma o coração e a mente; e que perdão, paciência e sensibilidade são grandiosos tesouros.
Já faz bom tempo, penso em criar a Fórmula da Felicidade para expressar o valor desse sentimento para cada pessoa; preciso descobrir de quais incógnitas ele realmente depende. Assim como fez Bhaskara, matemático indiano que viveu no século doze, para resolver equações do segundo grau.
Para alcançar este meu propósito, que precisa ser renovado constantemente devido às transformações do mundo, além de anotar particularidades que possam ser universalizadas, procuro definições atemporais.
E assim, com a esperança se alimentando de aprendizados matemáticos e afetivos, sigo em busca da medição que servirá para pessoas de todo lugar, de idades e convicções distintas. Trabalhando para encontrar a Fórmula da Felicidade que sirva aos infinitos corações que sequer conheço.
Cristina André
cristina.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 02/12/22