Rafaela, cinco anos, estava em almoço festivo de torcedores de um time de futebol com sua tia. Enquanto todos almoçavam, o presidente do clube fez um discurso de agradecimento entusiasmado, levantando o tom da voz como é de costume dos políticos. A guriazinha olhou pra sua tia e perguntou: “Por que será que ele grita tanto se tem microfone?”.
Artur, seis anos, ouviu com atenção a mãe lhe explicar sobre a perda da sua avó paterna. Disse ao menino que não ficasse preocupado nem triste, porque a vó iria se encontrar com os pais e os irmãos, também com muitos amigos e amigas dela, pois todos já estavam morando no céu. Ele então pensou na tia solteira que morava com a sua avó, e disse: “Bom, então eu não tenho pena da vó, eu tô com pena da tia, ela é que ficou sozinha!”.
Luíza, três anos, almoçando na casa dos avós maternos, prestava atenção nas conversas dos tios sobre a importância de estudar outros idiomas. Enquanto todo mundo opinava, um dizendo que não aprendera Inglês muito bem no colégio, outro elogiando seu teacher, a mocinha saboreou uma colherada de arroz e feijão e, com o dedinho indicador levantado, comunicou: “No meu colégio tem Inglês. Cachorro é dog”.
Otávio, cinco anos, durante uma festa de adultos, acompanhando seus pais, puxou conversa com a filha dos anfitriões, uns vinte anos mais velha, sobre o filme “ET”, que ele tinha assistido. A jovem então lhe perguntou se não tinha ficado com medo daquele extraterreno tão feio, ao que o gurizinho respondeu com outra pergunta, mostrando-se admirado pela falta de conhecimento da moça: “Tu não sabia que o ET é amigo?”.
Paula, seis anos, na casa da vó materna, assistia programa infantil na tevê da cozinha, quieta e faceira. Um tio que passava por lá para o tradicional cafezinho na sogra, de repente percebeu que a tevê a cores estava em preto-
e-branco e decidiu arrumar para a menina. Depois de muito mexer no aparelho, as cores voltaram, mas acompanhadas de um tremido na imagem e um chiado no som. A garotinha então questionou: “Tio, o que tu prefere, preto-e-branco que dá pra ver ou colorido que não dá pra ver?”
Luana, cinco anos, costumava ir às compras com sua mãe. Certa vez, já em casa, as duas colocaram os vestidos adquiridos para ver como ficariam com os sapatos novos. A mãe – bonita, mas gordinha e não muito alta – perguntou à filha se ficara bonita. E a guriazinha, depois de olhar para a etiqueta, com a foto de uma modelo profissional alta e magérrima usando a mesma peça, foi sincera na pergunta: “Mãe, tu sabe que não ficou igual a essa aqui, né?”.
Feliz Dia das Crianças!
Publicado em 4/10/24