São constantes e intensas as queixas dos brasileiros em relação aos serviços públicos nas áreas de Saúde, Segurança e Educação, considerando a precariedade e a dissonância com a elevada carga tributária em vigor no País. Isso acontece porque, em geral, as administrações municipais, estaduais e federal trabalham com estruturas inchadas e usam mal o dinheiro público. Para mudar este quadro, é imprescindível um controle efetivo da sociedade, que é quem paga a conta.
É fundamental o exercício da cidadania para garantir uma gestão pública eficiente. A sociedade, por meio de suas lideranças, atuando num processo permanente de sugerir, propor, acompanhar, fiscalizar, denunciar e cobrar dos representantes que exercem o poder do Estado.
No Brasil, a sociedade precisa colocar o combate à corrupção como tema prioritário. Parcela significativa da população ainda se mantém na posição cômoda da arquibancada, assistindo ao jogo político de forma passional. A queixa e o apontamento de culpados são válidos no processo de politização da população, mas isso não basta para promover mudanças efetivas; é preciso vigilância constante, fiscalizando e exigindo dos gestores públicos ações que beneficiem a coletividade, não a grupos especiais. Países que adotam sistema de controle da sociedade registram melhor qualidade de vida.
Na democracia, a classe política é eleita pelo povo. Isso significa que os políticos são escolhidos pela maioria dos eleitores. Muitas vezes, percebe-se que as críticas ignoram esta realidade, passando a impressão de que os políticos surgem no cenário por meio de mágica. A distorção fortalece o clichê que denigre a política partidária. Essa lógica acaba afastando os bons da política.
Está na hora de a sociedade brasileira sair da posição cômoda da arquibancada e passar a jogar junto, exigindo gestões eficientes, que promovam o bem-estar da população. As lideranças, por meio das instituições, têm este papel a cumprir.
Publicado em 22/9/23