Por trás do clichê “a união faz a força” existe uma verdade incontestável. A vida em comunidade requer ações que levem em consideração o bem-estar coletivo. Isso implica em participar, ponderar decisões, planejar, medir as consequências e respeitar o próximo.
É comum os veículos de comunicação receberem denúncias, queixas, críticas e muitas reclamações de serviços públicos que não funcionam como deveriam. Ao tornar público um problema, imagina-se que a solução aconteça de forma mais rápida, considerando a repercussão. Essa é uma lógica de fácil compreensão. Sendo assim, é preciso que o jornal cumpra este papel de apoio à sociedade na incessante busca por qualidade de vida. É o que a Gazeta Centro-Sul tem feito desde sua fundação em 1993.
No entanto, é preciso também analisar a vida em sociedade por outro ângulo, fazendo autocrítica em relação as ações ou a falta delas de cada indivíduo.
Sobre as necessidades de uma comunidade é preciso transcender as competências do poder público e considerar a força da união do grupo. Tanto para reivindicar quanto para conquistar avanços é preciso unir esforços.
No final da década de 1980, era comum nas conversas em Guaíba a conclusão negativa de que “aqui nada dá certo”. Isso era dito com facilidade. Dizer que as coisas não dão certo no município implica em assumir a própria incompetência, tendo em vista que uma cidade é, na realidade, o conjunto de pessoas que vivem nela.
Em 1991, cansados do clichê negativo, um grupo de pessoas que discordava deste preconceito decidiu criar um seminário denominado Repensando Guaíba. O evento aconteceu em três dias consecutivos no Clube Itapuí, com debates sobre os temas locais. O objetivo foi o de inverter o simplório pensamento derrotista.
Questões culturais não mudam com um seminário ou por meio de um movimento com apelo consistente, mas podem começar a mudar e foi o que aconteceu. O conceito de que “aqui nada dá certo” não terminou, mas enfraqueceu consideravelmente, o que só contribuiu com o Município, pois nada pode ser pior do que perder antes de começar o jogo.
É imprescindível uma sociedade unida para reivindicar melhorias dos serviços e fiscalizar o trabalho dos agentes públicos.
Publicado em 24/6/22