Uma das atividades de lazer que mais apreciamos é receber pessoas queridas para quitutes, brindes e boas conversas em nossa casa. Minha alegria, que começa já no estudo do cardápio, se intensifica na preparação dos doces e dos pratos que serão servidos, até o momento apoteótico de compartilharmos. É nosso jeito de presentear a todos com uma pequena fração de tempo, o que há de mais valioso nessa existência.
São muitos os sentimentos que se manifestam espontaneamente quando estamos dividindo a mesa e as nossas histórias com familiares e amigos pelos quais temos apreço especial. Entre um brinde e outro, debates de ideias e risos soltos, experimenta-se grandiosa gratidão. É quando a vida, em sua maneira inusitada de presentear, nos coloca em lugar, companhia e tempo certos.
O mesmo contentamento acontece quando somos recebidos por essas pessoas adoráveis, pois sabemos muito bem como encontros de boa mesa, congraçamento e relatos pessoais são capazes de se transformar em marcos afetivos históricos. Essenciais que são, para todos nós, ainda que não tenham a frequência de outros tempos mais calmos.
No domingo de encerrar a Olifeira, fomos recebidos na casa de amigos para um almoço. Tardio, como é típico nos domingos. Enquanto dividíamos a mesa e as nossas histórias, brindando ao momento perfeito, entre os sentimentos que se manifestaram espontaneamente, a gratidão me fez pensar nas pessoas que, assim como nós, estariam se encontrando com amigos para celebrar a vida depois da recente tragédia climática. E isso me alegrou sobremaneira. Porque sabemos muito bem como encontros de congraçamento e relatos pessoais são essenciais para todos nós.
Cristina André
Publicado em 25/10/24