Cartinhas da Elite

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No Brasil, virou moda publicar carta em prol da democracia, contabilizando assinaturas pela internet. Cada um que se manifeste como quiser, com liberdade de expressão. O que me incomoda neste contexto de cartas públicas é o viés eleitoreiro dissimulado. Não tem e nunca teve carta em prol do combate à corrupção, à injustiça, à desigualdade social e à criminalidade, por exemplo, apesar de serem estas as chagas brasileiras desde sempre. Mas tem cartinha em prol da democracia que até então está entre as poucas coisas que estão funcionando no País. A histeria do medo de um suposto golpe tem base no questionamento da transparência do sistema eleitoral em relação a contagem pública dos votos. Desconfiança essa que vem de longe, iniciada com o Brizola.

Eu acredito que o sistema eleitoral com as urnas eletrônicas funciona, mas concordo que se aperfeiçoe para torná-lo o mais transparente possível, com contagem pública de votos, conforme determina a legislação. O que tem de errado nisso?

Manifestar-se em prol da democracia por meio de carta, em que pese viés eleitoreiro embutido, é tão legítimo quanto questionar o sistema eleitoral, o que também pode ser considerado eleitoreiro. Isso faz parte do pacote democrático. Acontece que ladainha política, além de chata é inútil, o que importa são os exemplos, a transparência, a liberdade com responsabilidade e a coerência, o que é bem diferente de cartinha assinada num contexto hipócrita.

O sujeito apoia os governos de Cuba, da China e da Venezuela, mas assina carta pela democracia no Brasil. É de cair os butiás dos bolsos!

 

Leandro André

 

 

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