Atrevimento

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A sensação é de que, neste exato momento, uma nova e quieta felicidade finalmente esteja se espalhando pelos céus da nossa simplicidade, feito fumaça ao sabor dos ventos. Atrevendo-se nesse campo minado de distanciamentos e conflitos armados, querendo que a vida, em sua grandiosidade poética, se reencontre com as pequenas vidas nossas de cada dia.

Remando contra a maré das arrogâncias que impedem reconciliações, desbravando caminhos feitos de solidão, desejos de empoderamento, talvez venha se achegando para nos pregar uma peça, nos surpreender de alegria, nos deixar naturalmente admirados.

Em cada árvore plantada a nos abrigar de sombras e belezas, nos trens, todos, colocados em seus trilhos, enveredar por outras trilhas, de campos floridos de sol e de chuva, consertando curvas de caminhos que se fizeram por demais tortuosos. E na insistência da empatia e do afeto, firmar parcerias mundo afora.

A impressão é de que, neste dia, aqui e agora, uma poderosa energia universal finalmente esteja compartilhando seu extraordinário brilho de paz e bondade. Invisível aos olhos, aportando cada coração, espalhando-se pela vida com a discrição reconquistada, realinhando nossa sintonia com a Natureza.

Ensinando-nos o agradecimento pelos frutos colhidos e distribuídos, sugerindo que reverenciemos o trigo que promete o pão, abraçando a causa da nossa própria condição humana, ligando-nos por correntes de respeito e de fé.

Cumprindo sua trajetória ao infinito, essa deslumbrante luz deve ter planejado lançar fachos de apreço e ternura em nossas palavras, para que sejam ditas com a sinceridade que há muito anda afastada. Provocando a conexão das boas ideias com ações transformadoras, acalentando sonos tranquilos e seus sonhos possíveis.

A emoção, eis o que está tomando conta dos corações que ainda restam esperançosos. Espalhando-se pelos céus da simplicidade, dando a sensação de que a felicidade anda pelo ar, feito fumaça ao sabor dos ventos.

Atrevida, tenta pousar nesse campo minado de distanciamentos e conflitos armados, querendo que a vida, em sua grandiosidade poética, se reencontre com as pequenas vidas nossas de cada dia.

 

Cristina André

cristina.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 25/3/22

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