A última quarta-feira, 12 de outubro, foi feriado. Isso todo brasileiro sabe. O que uma minoria desconhece é que ele só existe graças à Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. E é também o Dia da Criança. Mas essa segunda comemoração é controversa. Mas não deixe os coitadinhos saberem a verdade. O dia verdadeiro é 25 de março (não por acaso, o nome da rua mais popular do comércio paulistano). Isso porque quando o então presidente Getúlio Vargas criou a data por decreto, em 1940, não havia um dia exclusivo para os pequenos. O que existia, desde 1924, era o Dia de Festa da Criança, de autoria de um outro ex-presidente, Artur Bernardes. Só que ninguém celebrava. Mas hoje, tudo mudou. Sobrou para os pais e padrinhos o impacto – no bolso – de uma das razões que transformou o 12 de outubro numa comemoração, vamos combinar, basicamente comercial…
Essa data virou um pretexto para os comerciantes suprirem uma lacuna no seu calendário de vendas, fazendo com que o “original” 25 de março fosse esquecido. Isso porque em abril tem a Páscoa; em maio, o Dia das Mães; em junho o Dia dos Namorados; em agosto o Dia dos Pais… e ficava um grande espaço de tempo até a mega data do consumo mundial: o Natal. Assim, a semana da criança, criada pela Estrela (na época o maior fabricante de brinquedos do país) foi pensada para preencher essa lacuna, aumentar as vendas de brinquedos infantis e, consequentemente, os produtos da marca. O nome disso é lobby!!!
Mas tem o 20 de novembro – criado em 1954 pela Unicef, como o Dia Universal das Crianças – que deve ser usado para promover atividades voltadas para o bem-estar dos pequenos do mundo inteiro, das mais diferentes formas. E bens materiais, nesse caso, é o que menos importa…
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Dia 14 é o dia dela: a cidade que nasci e que está virando uma velha senhora de 96 anos. Por ora moderna, charmosa, por vezes conservadora e em alguns momentos, ranzinza e senil. Principalmente quando esquece algumas das suas glórias do passado.
Sim, Guaíba é o Berço da Revolução Farroupilha, o que muito nos orgulha. Foi a Pedras Brancas de outrora, como diz o hino. E também foi aqui, na bela, histórica e conservada casa de Gomes Jardim que morreu Bento Gonçalves da Silva, uma das grandes – senão a maior – liderança da Guerra dos Farrapos. Morreu de pleurisia, infecção daquela membrana que envolve os pulmões. Só para deixar claro aos que não conhecem a história que Bento morreu em Guaíba mas não morreu ‘peleando’.
Há mais de meio século percorro as ruas de Guaíba. Todas elas. Algumas belas, que me causam orgulho e saudosismo; outras nem tanto. Nasci ali na subida da Dr. Lauro Azambuja, num prédio que hoje mais parece cenário da série “The Walking Dead” ou um castelo de filmes de assombração.
Já vivi momentos de amor e ódio com Guaíba. Hoje me relaciono bem com essa velha senhora. Vamos dizer que “nos respeitamos”, como deve ser. Mas não permito que alguém fale mal dela na minha frente…
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E já que o assunto são datas, dia 15 foi o dia daqueles que multiplicam e compartilham seus conhecimentos, inspiram e são responsáveis por todas as profissões. A educação precisa de professores. E os dois juntos mudam o mundo.
Daniel Andriotti
Publicado em 14/10/22