A Câmara Municipal de Guaíba decidiu endurecer a cobrança de responsabilidade da Corsan e da CEEE pelos serviços malfeitos na Cidade. Requerimentos do Vereador Chacrinha, endossados por todos os vereadores, foram encaminhados às empresas que utilizam os postes, considerando o quadro caótico da fiação. Em diversos locais, há fios soltos em via pública, gerando riscos de acidentes. Uma esculhambação que persiste sem que a CEEE, responsável pelo sistema de distribuição de energia onde são instalados os cabos de telefonia, tome providências.
O mesmo relaxamento é flagrado em relação às obras de responsabilidade da Corsan. Valos são abertos e fechados de qualquer jeito, multiplicando desníveis e buracos nas ruas. Além disso, os vereadores questionam os valores cobrados para a troca de hidrômetros e a taxa de esgoto.
As denúncias chegaram ao Ministério Público, que abriu procedimento para investigá-las.
Tenho batido insistentemente nesta tecla da negligência. É um absurdo o relaxamento banalizado na Aldeia.
Tudo indica que, finalmente, as autoridades decidiram agir para responsabilizar as empresas que prestam serviços malfeitos na Cidade; cobram caro por isso e não demonstram compromisso com a comunidade.
Neste contexto, deveria entrar a questão das calçadas, que em muitos trechos são verdadeiras armadilhas para os transeuntes.
Há uma sinalização de “basta à esculhambação”. Antes tarde do que nunca. Vamos acompanhar este movimento para ver até onde vai.
Sobre o Parque
Outra questão cobrada insistentemente aqui na Coluna é sobre a implantação do Parque Ecológico no Morro José Lutzenberger, que se arrasta há quase uma década na Prefeitura. Questionei a SEMA sobre a utilização do dinheiro reservado para dar andamento na execução do projeto, mais de R$ 6 milhões, das medidas compensatórias da ampliação da CMPC. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente está apurando o “andamento” do processo e prometeu dar retorno. Nos próximos dias, deveremos ter a resposta.
Essa semana, o PL 038/2021 (ajuste de terrenos na UC do Morro) que chegou na Câmara de Vereadores sinaliza que após a cobrança o jabuti acordou.
Se tem de fazer, então faz…
Eu percebo que o prefeito Marcelo Maranata está empenhado em destravar processos emperrados na Aldeia, pelo menos demonstra isso. Ele me disse que vai terminar com a farra das obras malfeitas da Corsan e que vai organizar a cidade. Disse isso com determinação; está registrado na versão impressa da Gazeta Centro-Sul, que não dá pra apagar ou modificar.
Sei que no serviço público as coisas andam devagar. Entretanto, meu papel como jornalista é cobrar que as coisas aconteçam. Falo de projetos importantes que beneficiam toda a comunidade e que se arrastam.
Se existe dinheiro para dar início à implantação do Parque Ecológico no Morro José Luteznberger, então que comece. Se a Corsan abre uma rua para passar a canalização, então que feche de maneira decente. Se a CEEE é responsável pelos postes de distribuição de energia elétrica, então que assuma a responsabilidade de fazer a coisa certa e cobrar das empresas que utilizam a estrutura. Se cabe à Prefeitura fiscalizar as obras da Corsan e da CEEE, que fiscalize e cobre responsabilidades. Se cabe aos vereadores fiscalizarem a Prefeitura, que cumpram o seu papel. E se for preciso acionar o Ministério Público a fim de buscar o que é certo na Justiça, então que se acione o MP.
Chega de enrolação, de procrastinar, de fazer de conta que fiscaliza, de empurrar os problemas com a barriga, de reclamar. É preciso agir, cada um no seu quadrado. Meu avô dizia: se tem de fazer, então faz…
Entrevista com o Collares
Essa semana, entrevistei o presidente da Câmara Municipal de Guaíba, vereador João Collares. Ver matéria ao lado.
O Collares não foi bem como Prefeito de Guaíba, mas amadureceu e está fazendo um bom trabalho na Presidência do Legislativo. Gestão profissional, organizada, embasada na legislação, o que permite à Câmara fazer repasses importantes para projetos e serviços sociais como nunca aconteceu.
Critico quando está errado, mas elogio quando está certo. O Collares deveria continuar na Presidência da Câmara no ano que vem para dar continuidade ao trabalho. Além disso, depois de algumas atitudes desequilibradas com vereadores da oposição, recuou, mudou de postura e harmonizou a Casa, como tem que ser.
Um porém…
Tudo indo bem e tal, mas tem uma coisa que tira pontos da administração do Collares na Câmara: viagens de vereadores a Brasília. O que faz um vereador em Brasília? O que faz lá que não possa ser feito por meio do seu notebook ou telefone? Nada. Prefeito (Executivo) na Capital Federal para agilizar processos e reivindicar, até entendo, mas vereador visitando ministérios e palácios com dinheiro público é de cair os butiás dos bolsos!
A Praça é do Povo
Lugar para construir o quartel dos Bombeiros não falta em Guaíba. Não precisa ser na praça onde a comunidade se encontra.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 20/8/21.