Já passou da hora da sociedade e o poder público realizarem um debate sério e profundo sobre o Sítio Histórico de Guaíba. No local mais alto da Cidade, onde tudo começou, se encontra o Sítio Histórico, com a Casa de Gomes Jardim e o Cipreste Farroupilha. Cenário marcante do início da Revolução Farroupilha, conforme todos conhecem na Aldeia, desde criança, e, também, no Rio Grande do Sul.
A preservação é importante porque consolida a história e fortalece o potencial turístico do Município. Entretanto, como muitas coisas acontecem pela metade em Guaíba, esta questão do Sítio Histórico é mais um exemplo em que o ponto positivo é transformado em negativo. Vamos lá.
Destacada a importância do cenário onde a Cidade começou, e seu envolvimento em relevante acontecimento histórico do Rio Grande do Sul e do Brasil, é preciso conciliar isso com o desenvolvimento do Município. Harmonizar pontos históricos com o crescimento das cidades acontece em todo o mundo.
Atualmente, devido ao Sítio Histórico, não se pode construir um edifício mais alto no terreno do Itapuí. Este é só um exemplo de tantos outros absurdos. Foi feita uma demarcação de entorno, com restrições radicais muito além do necessário. Essa demarcação exagerada se concretizou em decorrência da nossa omissão enquanto sociedade. Neste contexto, percebo que muitas vezes, na Aldeia, nos deparamos com movimentos como o tambor, que faz barulho mas é vazio por dentro.
Não se pode construir lá adiante, mas uma casinha moderninha ao lado do Cipreste, dentro da Praça, pode. O asfalto está na rua em frente à Casa de Gomes Jardim, mas na rua lateral não pode. Enquanto não se tem um entendimento claro sobre o patrimônio histórico, embasado em questões técnicas e no bom senso, seguimos de qualquer jeito. Prédios históricos já foram destruídos e o demolidor pagou com algumas lixeiras de plástico que nem existem mais. E segue o efeito tambor.
Outro ponto que faz parte deste combo enviesado trata dos ajustes necessários e legais do Plano Diretor de Guaíba, que se arrastam há mais seis anos, fazendo dobradinha com as desculpas furadas para o atraso.
Diante destas constatações, que parecem cenas de um filme B baseado em fatos reais, só resta uma alternativa viável e urgente, visando solução plausível: promover amplo debate sobre a Cidade, com segmentos ligados à ocupação do solo e ao meio ambiente, para discutir com embasamento técnico seu desenvolvimento e seus potenciais. O que não pode é continuarmos com o freio de mão puxado, transformando pontos positivos em negativos graças à falta do sentimento de pertencimento e de bom senso. Fica o alerta e a sugestão.
Na Linha da Tapeação
Bacana o asfalto de qualidade com que estão recapeando as ruas de Guaíba, mas o acabamento em alguns pontos deixa a desejar. Vejam como ficaram as esquinas das ruas São José com a Sete de Setembro, e a Rua Cônego Scherer com a 14 de Outubro, por exemplo.
Questionei o secretário de Infraestrutura, Ivan Barcellos, sobre isso. Ele explicou que a Avenida Sete de Setembro receberá recapeamento asfáltico e, consequentemente, o acabamento será finalizado naquela esquina. Já na Cônego Scherer com a 14 de Outubro, depende de uma resposta do Iphae, que analisa a situação para que permaneça somente pedra nas ruas do entorno da Casa de Gomes Jardim. Isso faz parte da situação que mencionei acima. Sabe-se lá quando chegarão a uma conclusão.
O Show Prometas
Devido ao horário (17 horas), consegui assistir somente parte da apresentação do Prometas, feita pelo Governo Municipal de Guaíba. Uma performance ao estilo show de talentos, com torcida organizada e tudo. Ver matérias nesta edição.
Entendo que é importante celebrar entregas, porque metas alcançadas precisam ser comemoradas. Isso serve de estímulo para continuar o trabalho de forma organizada. Parabéns!
Conforme o prefeito Marcelo Maranata reconheceu, apesar dos trabalhos realizados, ainda há muita coisa a ser feita para melhorar a cidade. Que bom que o chefe do Executivo reconhece que falta muito a ser feito para deixar a cidade bacana. Têm muitas ruas com problemas na iluminação pública; muita gambiarra nos postes das redes elétrica e de telefonia; a poluição severa do Arroio Passo Fundo continua; tem posto de saúde escangalhado; ruas esburacadas; calçadas cheias de armadilhas para pedestres; falta de identificação dos nomes das ruas e avenidas. É preciso reformar o prédio do Mercado Público; falta um olhar técnico na arborização urbana e manutenção dos equipamentos públicos; é preciso ajustar no Plano Diretor; redefinir o entorno do Sítio Histórico; implantar o parque ecológico no Morro José Lutzenberger; e abrir o serviço de maternidade no Hospital Regional, entre outras ações relevantes.
Que este Show do Prometas siga com entregas de benfeitorias na Aldeia. Continuaremos acompanhando de perto, dando voz à comunidade, divulgando os problemas, compartilhando as soluções e celebrando as entregas. E vamos em frente, porque Guaíba é uma cidade bacana e merece ser bem-cuidada.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 02/12/22