Agosto Raivoso

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E eis que chegou o mais longo mês do ano: mês do desgosto, das tretas, das guerras históricas, da morte de Getúlio, de Marilyn Monroe, da renúncia de Jânio, da posse de Hitler como líder na Alemanha, das bombas atômicas que dissiparam as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, entre outras tantas desgraças e lambanças…

Tudo isso começou nos tempos mais primórdios: primeiro, porque a constelação de Leão era mais visível nessa época do ano, o que fazia com que as pessoas acreditassem que havia um dragão no céu nesse período pronto para devorar tudo e todos. Depois, nossos colonizadores portugueses optavam por sair em suas expedições à procura de novas terras justamente nesse mês. Logo, para as mulheres, casar em agosto significava ficar só, sem lua de mel e, principalmente, com grandes chances de se tornarem viúvas.

Mas a lenda urbana mais popular para agosto – e que todo mundo sabe na ponta língua até porque a rima ajuda – é que ele é o… mês do cachorro louco!!! Mas da onde saiu isso? Vamos lá: trata-se de um período que, num passado, ocorreu uma alta incidência de raiva canina. A razão está ligada às condições climáticas do mês que, supostamente, fazem com que as cadelas entrem no cio ao mesmo tempo. Logo, os cães ficam “loucos” e brigam entre si para conquistar a atenção das fêmeas e, consequentemente, espalhar o vírus.

A origem desta história é desconhecida e o criador mais ainda. Porém, muitos médicos veterinários afirmam que o clima característico de agosto pode, sim, influenciar no cio das cadelas. Em consequência desse cio sincronizado, os machos, de forma instintiva, disputam territórios e o “coração” das fêmeas. O problema desse instinto natural de competição canina está na transmissão do vírus da raiva, que acontece principalmente através da mordida ou arranhadura. Por causa disso, agosto ficou conhecido como o “mês da raiva” e é utilizado há muito tempo em campanhas para conscientizar a população sobre a doença que acomete tanto cães e gatos como nós, humanos.

Pelo sim, pelo não, superstição ou não, deixe para realizar as coisas importantes da sua vida em outra data. Vai que…

 

*  *  *

Para quem gosta de futebol, é colorado e brasileiro, a semana foi péssima. O Inter não consegue ganhar de ninguém há muito tempo, apesar de algum esforço, por mais desqualificado que seja o seu adversário. Tanto no Campeonato Brasileiro quanto na Copa Libertadores, que são as únicas duas competições que ainda restam ao colorado nesse ano. Isso porque uma direção omissa e limitada avalia mal suas contratações, investe errado, troca um técnico desgastado por outro que sequer fala a mesma língua de um grupo de jogadores ruins e caros…

Já a seleção brasileira feminina – que há quatro anos contratou a treinadora sueca Pia Sundhage, um dos mais importantes nomes do futebol feminino no mundo – humilhantemente não passou da primeira fase da Copa do Mundo que está sendo disputada na Austrália e na Nova Zelândia. Um dos maiores fiascos da história do futebol feminino brasileiro. No jogo da última quarta-feira, onde o Brasil precisava vencer a Jamaica com qualquer placar, ficou num vexatório zero a zero com uma atuação pífia.

Detalhe: a seleção da Jamaica que, sem qualquer tradição no futebol mundial, obrigou-se a fazer uma ‘vaquinha’ para custear sua preparação para a Copa, enquanto que a seleção brasileira teve trabalho de longo prazo com uma bicampeã olímpica (pela seleção dos Estados Unidos, que fique bem claro); vôo fretado para a Austrália, período de adaptação em hotel 10 estrelas e ‘pitaco’ de quem quer fazer militância no futebol para agradar uma legião de imbecis, escalando nossa ex-melhor jogadora de todos os tempos, hoje, uma senhora que só faz ‘mi mi mi’ chorando, ainda que de batom vermelho, em frente às câmeras…

 

Daniel Andriotti

Publicado em 4/8/23

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