Estes dias, ao me levantar da cama, de manhã, fiquei tonto. O guarda-roupas girou e a visão escureceu. “Opa! Será que Jesus está me chamando?”, pensei assustado, de olhos fechados, tentando me recuperar.
Aqui abro um ramal para comentar sobre meu pensamento. Há alguns meses, conversando com o vereador Manoel Eletricista sobre um indivíduo que tinha mudado seu comportamento para melhor após passar por uma doença grave, eu ponderei que a mudança poderia ser reflexo do episódio em que Jesus o teria chamado. Então, o Vereador Manoel comentou: “O dia que Jesus me chamar eu vou, pois não tem companhia melhor”. Rimos.
Voltando a minha tontura. Pensei na boa companhia e tal, mas tratei de pedir um tempo a mais por aqui. “Agora é cedo”, ponderei, rezando.
Respirei fundo, abri os olhos lentamente e o guarda-roupas já estava alinhado novamente, mas a sensação ainda era incômoda. Então, respirei com profundidade algumas vezes e fui lavar o rosto, sem comentar sobre o quase apagão com a minha mulher. Na sequência, fui para o Dr. Google a fim de tentar descobrir a causa da tontura. Apurei que havia muitas possibilidades, oscilando entre uma leve queda de pressão por me levantar muito rápido até de morrer a qualquer momento.
Ato contínuo, liguei para o consultório do Dr. Derli Tolotti, meu médico, e marquei consulta. Cabe ressaltar que quando temos um médico, e os gastos em farmácia são grandes, significa que não cozinhamos mais na primeira fervura.
Finalmente, depois de três anos, fiz uma bateria de exames. Como todo homem ignorante, eu evito ir ao médico, mas a tontura me obrigou.
No laboratório, me tiraram três tubos de sangue, quase sequei. Dias mais tarde, saíram os resultados que embasavam as causas da tontura: alguns índices fora dos padrões. Segundo o Dr. Derli, é possível recuperar, seguindo o seu tratamento. Pensa num sujeito seguindo à risca as recomendações. O lado positivo é que posso continuar bebendo vinho, com moderação, é claro.
Mas contei todo este caso da minha tontura para abordar duas coisas: a primeira, é que devemos cuidar da saúde, mantendo uma boa alimentação e fazendo exercícios físicos, sem medo de ir ao médico como alguns tontos por aí. A segunda, é promover uma reflexão sobre a “tontura da internet”, considerando a quantidade de gente ensinando e passando orientações a respeito de tudo; tudo mesmo. Chovem vídeos de gente dizendo o que devemos comer e o que não comer; o que vestir; o que pensar; como se relacionar; o que fazer de manhã, de tarde e de noite; que horas dormir e acordar. Apresentam listas de alimentos que fazem bem e os que fazem mal; os exercícios importantes; os alongamentos indispensáveis; pulinhos revigorantes; retorcidas radicais; respirações múltiplas e dietas para nos transformarmos em pele e osso.
Uma coisa é se cuidar, outra bem diferente e esquecer de viver a sua própria vida.
O Censo e as Ruas
De acordo com os números do Censo 2022, divulgados pelo IBGE, essa semana, Guaíba tinha 92.924 habitantes no ano passado. Ou seja, a população da Aldeia diminuiu em relação às estimativas que vinham sendo divulgadas. Ao invés de nos aproximarmos dos 100 mil habitantes, nos afastamos. De certa forma, os números do Censo contradizem a realidade das ruas, basta observar o trânsito da Cidade.
Não vou brigar com o Censo, tampouco afirmar que os números estão errados, porque não tenho dados para isso, seria leviano da minha parte. O que me causa surpresa é o fato de a Cidade ter crescido em relação ao número de veículos, de moradias, de prédios e de empresas, sem o respectivo reflexo no número de habitantes, pelo contrário.
Entendo que precisamos rever muitas coisas em relação ao desenvolvimento de Guaíba, considerando este momento de mudanças significativas que estão acontecendo e as previsões para os próximos anos. Neste contexto, devemos nos aprofundar nos dados do Censo 2022.
Greve no Transporte Metropolitano
Os motoristas das empresas que prestam serviço de transporte público na Região Metropolitana de Porto Alegre entraram em greve, por melhores salários, na quinta-feira, 29 de junho. Até o fechamento desta edição, não tinham chegado a um acordo com as empresas. A Justiça determinou que fossem mantidos 50% das frotas em operação. Com a metade dos ônibus, os usuários têm de esperar mais tempo nas paradas e enfrentar veículos ainda mais cheios.
Não vejo saída para o transporte público de passageiros sem subsídios do Governo Federal.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 30/6/23