Desde que o mundo é mundo, casais se apaixonam, têm filhos, tornam-se mães e pais. Surgem novas famílias.
Alguns pares ficam juntos vida afora, dividindo tarefas caseiras e responsabilidades, compartilhando choros e risos, cuidando dos filhos. Outros, ao sentirem necessidade de recomeço, seguem seus próprios caminhos, formando outras famílias. Mas, daqueles filhos primeiros, serão para sempre mães e pais.
É da natureza feminina procurar um bom pai para os filhos a quem um dia darão a luz. Companheiro, parceiro de todas as horas, amoroso e protetor; um porto-seguro para toda a família. Porque os filhos, todos, precisam de um pai que os guarde e defenda. E cumprindo o curso sereno e firme da sua própria existência, a mulher geralmente se encanta por alguém que se pareça com o seu pai.
Seguindo a sua natureza, cada homem busca pelo protótipo da boa mãe para entregar seu coração. Faz parte do universo masculino encantar-se por quem demonstra bons ares maternos no que se refere a formar nova família, acolher os filhos que virão. Provavelmente imitando o exemplo paterno, ter uma companheira que se pareça com aquela que lhe criou, escolhida pelo pai.
Sejam quais forem as transformações do mundo, casais seguirão se apaixonando, tendo filhos, tornando-se mães e pais. Novas famílias serão formadas, e a presença da mãe e do pai permanecerá com a devida importância.
Famílias precisam dos pais. Enquanto as mães são exageradamente tolerantes e emotivas, têm abraços delicados e choro fácil, os pais, com sua capacidade de controlar o riso, de segurar as lágrimas, de encarar a realidade e sonhar com parcimônia, mostram que é necessário dar limites aos filhos, encorajá-los à luta cotidiana, fazê-los mais fortes.
É tarefa nossa, desde sempre, a construção de novas famílias. Vivemos em função disso. E mesmo nestes tempos de se ouvir falar na falência dos casamentos e nas produções independentes, seguimos firmes e fortes acreditando na felicidade de mães e pais presentes, no contraponto construtivo dessa união, na proteção combinada com a coragem, no apego demasiado com o ensinamento mais exigente.
Precisamos, todos, de mãe e de pai. Enquanto homens se tornam felizes ao lado de mulheres que têm muito do exemplo materno, elas buscam um bom pai para os filhos, quem sabe parecido com o que tiveram, para que a vida siga seu curso natural.
Desde que o mundo é mundo, casais se apaixonam, têm filhos, tornam-se mães e pais. E surgem novas famílias, cumprindo a renovação da vida.
Cristina André
cristina.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 11/8/23
