A melhor última chance!…

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A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a mais importante cúpula da ONU para estas questões, está acontecendo entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, com o propósito de atualizar os compromissos para redução do efeito estufa. A COP-26 é considerada “a melhor última chance” para conter o aquecimento global. É consenso mundial!

Na abertura da conferência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, falou: “É hora de dizer basta. Chega de maltratar a biodiversidade. Chega de nos matarmos com o carbono. Chega de tratar a natureza como lixo. Basta de queimar, perfurar e cada vez em maior profundidade. Estamos cavando nossa própria cova.” Já o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, anfitrião do evento, disse, em tom austero, que a COP26 não pode se permitir fracassar.

O momento é crítico! Isso está explícito até no Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial (janeiro 2021), no qual afirma que pode ser “a última chamada para a virada ambiental”. Destaca a importância de rever o modelo de desenvolvimento. Diz ainda que se insistirmos com tecnologias poluidoras, teremos, entre outros, aumento de catástrofes ambientais, migrações involuntárias em larga escala, colapso econômico, ampliação da pobreza e da fome, culminando em conflitos sociais. Acrescentaria, na lista, mais pandemias!

Acompanho os debates da ONU desde a Conferência de Estocolmo (1972), que foi a 1ª conferência sobre o clima. Outrora, o Brasil era esperado com muita expectativa nesses eventos. Éramos ouvidos e respeitados. Agora, a proposta levada pelo governo, foi uma “pedalada climática”, liberando 400 milhões de toneladas de CO2 a mais em relação à meta de COP21/Paris (2015).

O relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa/Observatório do Clima diz que o Brasil, em 2020, mesmo com a queda da economia devido à pandemia, aumentou em 9,5% as emissões de gases do efeito estufa, enquanto a tendência mundial mostrou queda de quase 7%.

A sociedade civil tentou salvar “nossa honra”. A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) cobrou definições do governo sobre o mercado de carbono, visando atender ao Acordo de Paris, pautado na ciência e legalidade.

Até hoje, quarto dia da convenção, destaco uma decisão importante: Mais de 100 países, incluindo o Brasil, anunciaram que vão aderir à iniciativa lançada pelos Estados Unidos e União Europeia para reduzir as emissões de metano em 30% até o final da década. Só resta torcer para que não seja mais blá-blá-blá!

Antes da abertura da COP26, um vídeo ganhou o mundo. Um dinossauro invade a Assembleia Geral da ONU para alertar aos humanos do perigo da emissão de combustíveis fósseis. Nele, um dino animado diz: “Escutem, pessoal… Eu sei algumas coisas sobre extinção e deixe-me dizer … Entrar em extinção não é uma coisa legal… E vocês estão se levando para a extinção!”

É essencial entendermos que a responsabilidade pelo futuro de Gaia – nossa casa – é de todos os “inquilinos”. Tudo começa em cada um de nós. Não escolham a extinção. Salvem “nossa espécie” antes que seja tarde demais!

“Estamos há um minuto da meia-noite e precisamos agir mais. Se não fizermos nada hoje, será muito tarde para os nossos filhos fazerem algo no futuro”. (Boris Johnson/Relógio do Apocalipse)

 

Túlio Carvalho

tulioaac@gmail.com
Publicado em 5/11/21.

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