A polarização da política partidária no Brasil está transformando grande parcela da sociedade numa aberração. Para começar, o fanatismo em torno dos cabeças já indica o tamanho do buraco em que estamos metidos.
Neste contexto de dedo no olho e verborragia azeda no fosso digital, opinar se tornou um risco e pode dar até cadeia. Vamos a um exemplo recente de linchamento digital. O jogador de vôlei Maurício Souza comentou sobre a bissexualidade do próximo Superman e provocou uma histeria nas redes sociais. O jogador foi demitido do clube onde atuava, acusado de homofobia. Ele não concorda que o Superman apareça beijando de língua outro homem em desenho animado para crianças e deu no que deu. É a opinião dele, ele tem o direito de pensar assim e opinar, ponto. Só que não. O debate sobre respeito ou falta dele não importa. A patrulha de hipócritas está lá salivando, pronta para vituperar numa explosão de lambisgoias histéricas. Gente conhecida por tirar sarro de gays no futebol de repente se ofendeu com a opinião do Maurício Souza, chamando-o de homofóbico. Santinho do pau oco me dá nojo.
E nesta onda de hipocrisia, a pandemia escancarou o lado mais perverso da polarização política, que utiliza o sofrimento como palanque eleitoreiro. Aproveitadores com vestes imaculadas em corpos enlameados ficam zanzando na infelicidade e trovejando ataques 24 horas por dia.
O caso da PEC dos Precatórios é emblemático. Os mesmos que destacam a pobreza e a fome em estandarte se manifestam ofendidos com a PEC dos Precatórios. Se estivessem defendendo aqueles que têm direitos e esperam receber indenizações há anos seria compreensível, mas, na verdade, estão preocupados com os votos que o auxílio de R$ 400,00 pode gerar.
E nesta hipocrisia inflamada, envolvendo fanáticos de esquerda e de direita numa eterna campanha de luta pelo poder, parte da grande mídia mostra a miséria para chocar e a queda da bolsa para amedrontar. É de cair os butiás dos bolsos!
Repasse Trancado
Foi anunciado, fotografado, divulgado e aplaudido o repasse de R$ 50 mil da Câmara Municipal, via Executivo, para o projeto de captação de energia solar do Projari. No entanto, até o fechamento desta edição, no final da tarde de quinta-feira, o dinheiro ainda não havia sido repassado para a entidade. Lá se foram dois meses da foto no Jornal e o processo segue tramitando e tramitando na Prefeitura de Guaíba. Está na hora do Prefeito Maranata entrar em campo e destravar isso.
Aluguéis de Veículos na Prefeitura
Leitores pediram que eu cobrasse explicação do Governo de Guaíba sobre gastos com aluguéis de veículos com motoristas, num total de R$ 643 mil/ano. Então questionei e recebi a nota que segue na íntegra. Tema interessante para debate.
“A gestão está inaugurando uma nova modalidade de contratação para suprir a carência de veículos e motoristas nas rotinas administrativas da Prefeitura, com adesão à ata de registro de preços da Prefeitura de Porto Alegre, que já mantém mais de 500 veículos locados nesta modalidade.
Guaíba passa a contar com 10 veículos locados com motoristas, manutenção, todos os custos de documentação (como IPVA, licenciamento) e eventuais multas de trânsito, além de mil quilômetros de combustível inclusos neste contrato que tem um custo médio mensal de R$5.283,33. Uma economia significativa para os cofres públicos e que não gera mais sucatas com veículos velhos que eram adquiridos pela Prefeitura e não tinham mais condições de uso.”
Pit Bull no Parque
Tenho visto cães da raça Pit Bull (sem focinheira) em calçadas e parques cheios de gente, adultos e crianças. Sei que muitos tutores vão ficar chateados comigo por fazer este registro. Vão dizer que seus cães são dóceis e que nunca atacaram ninguém. OK. Acontece que, em Guaíba, existe lei que regulamenta o passeio de cães com características agressivas em espaços públicos. Além disso, na maioria dos ataques de cães a humanos, os donos argumentam que os animais nunca tinham atacado ninguém. Lei é para ser respeitada.
Coordenadora da CRE
Claudete Oliveira assumiu a 12ª Coordenadoria Regional de Educação. Soube pela Tia Alaíde, porque não fomos comunicados pela Coordenadoria aqui na Gazeta Centro-Sul.
Que a Claudete Oliveira faça uma boa gestão, de portas abertas, com servidores atendendo o telefone, agilizando processos, e uma linha direta com a Imprensa.
As Árvores
Tenho amigos que comentam, em tom crítico, a minha defesa enfática das árvores. Encaro o corte de árvores como ofensa pessoal. Para os que acham que exagero, sugiro darem uma olhada atenta na foto da contracapa desta edição, observando onde estão as pessoas.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 05/11/21.