Na Roma Antiga, havia uma cerimônia pública para homenagear comandantes militares que retornavam vitoriosos das guerras, ou mesmo civis que tivessem logrado êxito em tratativas no Exterior. Era chamada de Triunfo Romano.
Para exibir suas conquistas, o general vencedor, no dia escolhido para ser do seu triunfo, recebia coroa de louros e toga pintada, vestes que o identificavam como um ser muito próximo da realeza, beirando a divindade. E percorria as ruas de Roma em carruagem, seguido pelos soldados do seu exército e os inimigos capturados.
Estava garantido, então, daquele dia em diante, o direito de ser chamado de “homem de triunfo”, tempos mais tarde conhecido como “triunfador”.
Uma exigência, porém, era feita a cada triunfador, apesar de todas as grandiosas conquistas e do novo status conquistado e exibido aos demais romanos: precisava se comportar com humildade. Afinal, ainda era um mortal, suas conquistas em nome do senado, do povo e dos deuses não mudariam essa condição.
Para que não “se achasse” demais, o “homem do triunfo”, um escravo lhe acompanhava na carruagem, repetindo ao seu ouvido, por diversas vezes: a glória é passageira, a glória é passageira, a glória é passageira…
Lembro dessa história romana toda vez que constato soberba em alguém que assumiu algum cargo que lhe confere poder, seja na esfera federal, estadual ou municipal; até mesmo em pequenos ambientes profissionais. Porque tudo é passageiro, especialmente para o triunfador que desconhece a humildade, que ainda não compreendeu o verdadeiro significado da própria existência.
Aos que se colocam como poderosos arrogantes, acreditando que a glória de quem triunfa em alguma disputa é para sempre, seria muito bom que ouvissem de alguém próximo, como na cena do filme “Ben-Hur”, quando o escravo lhe acompanhou na biga, repetindo ao seu ouvido: a glória é passageira, a glória é passageira, a glória é passageira…
Cristina André
Publicado em 12/7/24